Quando surgiu, de seis para sete anos atrás, aliás, a principal comparação da mídia especializada era de que suas lanternas traseiras meio que “imitavam” o rival líder de mercado. Mas logo o Onix ganhou atributos (e personalidade) próprios e, afora o design, modificado há três anos, tornando-o mais ousado e emocional, o que não falta são características racionais para ter um na garagem.
Onix traz design simples e funcional, além de boa conectividade
O tal “efeito Tostines”, alusivo ao tradicional biscoito, lhe cai bem: não se sabe se o Onix vende mais porque está sempre fresquinho (leia-se atualizado e antenado) ou está sempre fresquinho porque vende mais. O Carpress apressou-se em pedir uma versão LT (a que mais sai) para a Chevrolet, atendido de pronto, a fim de avaliá-lo melhor.
Um dos comerciais que originaram a expressão "efeito Tostines"
Seu por R$ 47.290, o LT nem é o mais barato da gama. Há o Joy, R$ 1.000 mais em conta, mas bem mais simples. Para começar, é um dos modelos que menos perdem valor de um ano para outro de uso – apenas 9,3%, atrás apenas do Renault Kwid (8,4%), segundo o Selo Maior Valor de Revenda da Agência AutoInforme.
É o veículo pentacampeão da categoria, ao lado de Volkswagen Golf, Honda Fit, Toyota Hilux e Toyota Corolla – estes quatro em outros segmentos. “Depreciação depende de vários fatores: do tamanho do carro, da marca, da rede de revendedores, do cuidado que a marca tem em relação ao pós-vendas, ao segmento, a origem, ao fato de ter grande volume de venda, à sua aceitação no mercado”, explica Joel Leite, diretor da AutoInforme.
Por um pontinho, no entanto, o Onix perde em termos de facilidade e custo de reparação. Atinge nota 23, contra 22 do Hyundai HB20. No entanto, na loja, dá um banho. Em fevereiro foram emplacados 18.392 unidades do Onix, 2.282 (foi o que vendeu um Honda Fit...) a mais do que o dobro do HB20, segundo colocado, que registrou 8.055.
Waze no painel
Para a GM, o sucesso do Onix está ligado ao fato de o carro viver antenado aos novos tempos. Foi, por exemplo, o primeiro no segmento a oferecer sistema multimídia, de fácil interação e que posteriormente ganhou integração com o Android Auto e Apple CarPlay, permitindo que o usuário projetasse aplicativos como Waze e WhatsApp na tela do painel.
Até hoje é o único a ofertar telemática, como o Onstar, que permite comandar funções do veículo pelo smartphone e a serviços de proteção e segurança ao patrimônio e ocupantes. Além do mais, oferece de fábrica itens valorizados pelo consumidor, como direção elétrica, ar-condicionado, vidros e travas elétricas, além de ter sido pioneiro na oferta de transmissão automática de seis marchas. Experimentava pelo Carpress no Rodoanel, de fato faz muita diferença.
É o Chevrolet que mais rápido atingiu a marca de 1 milhão de unidades produzidas no Brasil, o único Chevrolet a conquistar quatro anos consecutivos de liderança (daí o apelido “Fusca dos novos tempos”), o mais vendido da categoria no mundo e o mais vendido da América Latina. O porta-malas do Onix tem 280 litros, 5 litros a menos que o do Gol.
Ergonomicamente, dirigi-lo é prazeroso. Com seu propulsor 1.0, são 78 cv com gasolina a 80 cv com etanol – de pensar que já tive um Corsa 1.4 de reles 60 cv... –, só falta um pouco de agilidade em algumas rampas. Mas nada que um bom treinamento não resolva. Consumo? São 10,1 km/l em circuito misto, dirigindo economicamente, com o tanque abastecido de etanol.
Ao que tudo indica, vem coisa nova – e boa – por aí, na família do Onix. Agora é aguardar. O que não é possível aguardar, muito menos entender, é o porquê ameaçar virar as costas para um mercado tão promissor quanto o brasileiro, como a General Motors ameaçou fazer no começo do ano.