O nome da versão é a junção de “trail” (trilha) com “hawk” (falcão), o que, segundo a marca, quer dizer algo como “capacidade para ir além”. Essa sempre é a configuração com maior capacidade off-road dos modelos da Jeep, que além de motor diesel e tração 4x4 ajustável para diferentes pisos, também é equipada com pneu de perfil alto e uso misto, capaz de transpor obstáculos na terra e também nas esburacadas estradas do interior do Brasil. Custa R$ 211.990,00.
Percorremos quase 1.500 km com o veículo em Salvador e rumo à Chapada Diamantina, mais precisamente ao Vale do Capão, um dos destinos mais roots da chapada, combinando perfeitamente com nosso automóvel. Foram 300 km em trechos urbanos e 1200 km na estrada. Se na cidade o Compass mostra a funcionalidade de todas as suas tecnologias - como sensor de ponto cego, alerta de saída de faixa e os vários sensores de movimentos em volta do SUV -, na estrada prova o valor do seu powertrain.
O motor 2.0 turbodiesel entrega 170 cv de potência e 35,7 kgfm e trabalha em conjunto com uma transmissão automática de nove velocidades. Além de força para ultrapassar e agilidade para retomar, o modelo entrega uma excelente autonomia. Fizemos uma média de 13 km com um litro de diesel, que é consideravelmente mais barato do que a gasolina.
Passamos pelas áreas mais esburacadas da estrada sem medo de cortar o pneu e, finalmente, ao chegar no Vale do Capão, agradecemos por estar em um veículo 4x4. Fomos em um período de tempestades noturnas e as estradas de chão tinham crateras imensas, impossíveis de transpor com um carro 4x2, ou sem o pneu adequado.
Durante o dia, sem chuva, encaramos trilhas até chegar às cachoeiras mais famosas, como a Cascata do Rio Preto. Nessa hora, a “capacidade de ir além” da Trailhawk foi, mais uma vez, posta à prova e saiu vitoriosa. Deixamos o Compass o mais perto da cachoeira que um carro poderia chegar, considerando a largura da trilha. O resultado foi uma economia de um quilômetro de caminhada em relação aos motoristas de outros veículos (sem tração 4x4).
Mas ao assumir a casca grossa e se propor a visitar os locais mais ermos, o Jeep Compass comete um grande erro: não possui GPS nativo. O Vale do Capão é um dos muitos destinos do Brasil que não possuem sinal de internet móvel, foram necessárias inúmeras paradas para pedir coordenadas sobre o caminho das cachoeiras. Espero que isso seja atualizado junto com o facelift.
