Ainda que soe como uma bravata de marketing, a proposta não é exatamente nova: o Range Rover Evoque, um dos possíveis concorrentes do Macan, também une bem o porte parrudo com uma dirigibilidade digna de hatch médio. Se no mundo a marca planeja que o Macan fique atrás apenas do Cayenne em número de vendas, por aqui a Porsche quer que o novato supere o já estabelecido SUV.
Desafio complicado, considerando que o Macan é menor por fora e por dentro em relação ao Cayenne, mas mesmo assim é mais caro. O novato sai por R$ 399 mil iniciais na versão S, contra R$ 349 mil da versão V6 do Cayenne, a mais em conta. Por aqui haverá duas versões, as duas com tração integral. A já citada versão S, com motor 3.0 V6 de 340 cv, e a Turbo (R$ 499 mil), que traz propulsor 3.6 V6 de 400 cv. O câmbio é o mesmo para as duas, um PDK automatizado de dupla embreagem, com sete velocidades.



 Macan, que vem com motores 3.0 e 3.6 e câmbio de sete marchas
O Macan é mais um capítulo da quebra de paradigmas dentro da Porsche. Antes dele Cayenne e depois Panamera também fizeram os puristas torcerem o nariz, por mais que esses modelos sejam fundamentais para a saúde financeira da companhia. Com o Macan, entretanto, a história tende a ser diferente. Enquanto a Porsche afirma que quis dar ao crossover "alma de 911", o que é notável ao primeiro contato é se que trata de um carro que realmente une características distintas.
Seu porte lembra o de um hatch de proporções grandes, longe de ser um modelo que se esforça para emular as proporções de um SUV. Nessa conta entram o perfil descendente do teto na traseira, as grandes rodas posicionadas nas extremidades da carroceria e o visual invocado, ressaltado pelas grandes tomadas de ar na dianteira. Não se distancia, entretanto, da linguagem visual do restante da linha Porsche. Há elementos familiares, como o formato dos faróis e, até certo ponto, das lanternas.
Outro ponto que remete aos demais Porsche é o interior. Bem acabado e com uso extenso de materiais de qualidade, ele traz quatro lugares bem definidos. Essa situação se escancara na dianteira, com um console central alto dividindo os bancos e que agrega, além da alavanca do câmbio PDK, botões que controlam parâmetros do modelo, como a sensibilidade do controle de estabilidade.

 Modelo traz bom nível de equipamento, mas é caro
No painel a organização é clássica, com o conta-giros em evidência e, em tamanho reduzido, velocímetro e uma tela digital que apresenta informações do computador de bordo e do navegador GPS. É um ambiente aconchegante, mas que tem claras pretensões esportivas.
Ao volante
Há uma dúvida ao encarar o Macan: será que ele estaria mais para Cayenne ou para 911? Antes de responder a essa questão, convém olhar com mais atenção os detalhes do modelo.
Nesse ponto, há duas reações imediatas, porém opostas. A cabine do Macan é bem acabada, como convém a um carro dessa estirpe. O ambiente da unidade avaliada por Carpress, um Macan S, utilizava a cor preta, reforçando o aspecto esportivo. Não é a única possibilidade de tom do revestimento, podendo ser caramelo ou vermelho, por exemplo.
Sobre as reações mistas, o interior do carro de fato utiliza materiais de bom tato em sua construção, seja no painel ou nos bancos, que são confortáveis sem deixarem de apoiar bem o corpo. O lado ruim é que faltam alguns equipamentos, como saídas de ar-condicionado na traseira e iluminação dos espelhos de cortesia. Outro ponto negativo é o espaço vertical no banco traseiro, que tende a deixar os passageiros mais altos desconfortáveis devido ao teto baixo.
É preciso confessar, entretanto, que ao volante essas falhas se tornam meros detalhes. Achar uma boa posição para se dirigir é tarefa simples e requer poucos ajustes nos bancos e na coluna de direção (ambos movidos eletricamente). Uma vez posicionado, a pegada lembra a de um modelo esportivo.
Essa lembrança também se repete com o Macan em movimento. Cayenne ou 911? A resposta correta seria "nenhum dos dois". O Macan na verdade lembra um hatch anabolizado ao volante. Não é abrutalhado no trânsito, ambiente no qual a maioria dos seus futuros donos o utilizará. Ágil, torna simples algumas tarefas, como trocar de faixa de rolamento ou estacionar. A suspensão pneumática, item de série nos modelos vendidos no Brasil, torna o rodar confortável, mesmo sobre pisos irregulares.


 Ambiente no interior é aconchegante
É na hora de pegar uma estrada, no entanto, que o Macan mostra suas melhores qualidades. Na versão avaliada, o motor 3.0 V6 do Macan S desempenha bem ao permitir o modelo acelerar de maneira convincente. Em dupla com o câmbio PDK, ele ajuda a criar um patamar de desempenho inédito para a categoria.
A única lamentação nesse quesito fica pelo fato de que não foi possível sentir como o carro se comporta em curvas, assim como em terrenos menos amistosos o crossover inclui um modo off-road. Nas retas, entretanto, ele transmite segurança e o motorista menos atento corre sério risco de ser multado por excesso de velocidade. Nessa condição o Macan se posiciona como um digno modelo estradeiro.
Resta agora saber se o desempenho do Macan nas ruas e estradas se repetirá no mercado brasileiro, honrando o que a Porsche espera do modelo. Mais do que adversários externos, para cumprir essa missão o crossover depende unicamente da sua capacidade. Não estamos falando de questões como desempenho e conforto, mas sim de algo mais intangível: convencer o consumidor de que vale a pena pagar mais, mesmo com uma opção maior e mais em conta como o Cayenne dividindo o showroom.
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