Neste ano, finalmente, passou por uma profunda e esperada atualização e volta a ser considerado uma boa opção entre os utilitários esportivos. Mais jipe do que crossover, o Duster continua com a cara de Duster.
Apesar da mudança em basicamente todos os elementos visuais, o que inclui uma nova inclinação no parabrisas, ele continua com o visual mais “raiz” entre SUVs compactos, um prato cheio para quem gosta do estilo aventureiro e parrudo. Se a intenção for um modelo mais urbano, melhor avaliar outra opção, como o irmão Captur.
No interior o jipe está mais sofisticado. No volante já se vê o esmero da fabricante, com apliques em black piano em volta da logo. Avaliamos a versão top de linha Iconic, que parte de R$ 94.290. Nessa opção, há apliques de tecido nas áreas de contato das portas. Os bancos são confortáveis e o espaço interno é um dos melhores da categoria, mérito dos 2,67 metros de distância entre-eixos. Por ser mais largo do que os concorrentes, também acomoda melhor três pessoas no banco de trás.
O porta-malas, fator decisivo para muitas famílias, é um ponto alto na categoria de SUVs compactos, tem capacidade para 475 litros. É o maior da categoria. Senti falta de porta-objetos mais funcionais, apesar de prometidos pela Renault, ainda não são práticos o suficiente.
Mecânica
Na minha opinião, a melhor mudança na mecânica foi a mais do que bem-vinda (e aguardada) direção com assistência elétrica, que substituiu a pesada e imprecisa da linha anterior. As mulheres agradecem muito! A posição de dirigir é agradável, alta, e outra ajuda tecnológica veio a calhar: o sensor de ponto cego, que avisa com sinais luminosos se há outro veículo ou um objeto que o motorista não consegue ver. Em um carro tão largo, é uma boa ajuda!
Embaixo do capô está o motor aspirado 1.6 que entrega 120 cv de potência máxima e até 16,2 kgfm de torque a 4.000 rpm. São números modestos, principalmente levando em consideração o peso do carro (1.279 kg). Em conjunto com o câmbio CVT, que possui um delay característico, pode dar a sensação de perda de força, principalmente em ladeiras. Quem não quiser lidar com isso, pode esperar o lançamento do Duster com o novo motor 1.3 turbo, que possivelmente virá com opção de tração 4x4.
Carro mudou muito, mas manteve sua identidade visual
O consumo é considerado categoria D pelo Inmetro, fazendo 10,7 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada com gasolina. Com etanol, cai para 7,2 km/l na cidade e 7,8 km/l na estrada.
Conveniências
Com produtos próximos, as montadoras apostam em conveniências para convencer o cliente. Na versão Iconic do Duster, a Renault incluiu partida por botão, chave com sensor de presença (não é preciso nem tocar na fechadura para abrir o carro e ligar a central multimídia) e um sistema com quatro câmeras que mostram todo o entorno do veículo central. O último, é uma tecnologia semelhante ao do Nissan Kicks, e é útil não só nas manobras de estacionamento, mas também em locais desertos, para ver se não ninguém se aproximando do veículo.
Boa opção
Com bom espaço interno e porta-malas acima da média, design atualizado e conveniências, o Duster é uma opção a ser considerar na hora de escolher um SUV pequeno. Com preços entre R$ 74.690 e R$ 94.290 chega a ser até R$ 23 mil mais barato do que seus concorrentes, dependendo da versão.
Paula Gama é jornalista especializada no mercado automotivo há cinco anos, Nesse período já testou mais de cem modelos de veículos no Brasil e no exterior. É apaixonada por história e tem como hobby visitar museus que contam a trajetória automotiva pelo mundo.