Explica-se. O mercado de motos no Brasil apresenta, desde sempre, uma vistosa lacuna entre os modelos de baixa e alta cilindradas. Pode-se trocar por análise por preços, que tal? Veja só. O consumidor tem diversas opções da Honda, inclusive até R$ 16 mil ou R$ 17 mil. Mas só vai encontrar alternativas às motos desse preço quando saltar a R$ 28 mil ou R$ 30 mil. Pois a linha CB500 é cirúrgica. Ela parte exatamente de R$ 22 mil. Carpress fez a avaliação da primeira versão apresentada pela Honda, a F, já à venda, que será a "naked" (pelada) da família na versão equipada com freios ABS, ela sobe para R$ 23.500.
A R (racer) está sendo lançada neste mês e a X (on/off-road) estreia em abril. Por se encaixar em uma lacuna que pode despertar o interesse de proprietários de motocicletas menores, mas também daqueles que possuem modelos de grande cilindrada, vamos avaliá-la de duas formas totalmente distintas...




Modelo traz design arrojado e é versátil na condução Se você é dono de uma moto menor, compre a CB500 F logo que puder. Nenhuma moto apresenta um design tão atraente. Você pode até se lembrar da Kawasaki Ninja 300. OK. Mas por ser "esportiva" e invocar uma posição de pilotagem mais radical, ela não deve ser comparada à CB500 F. Logo... sim, a CB é a moto mais bonita que seu dinheiro pode comprar.
Com um olhar "felino", pronunciado por uma minúscula carenagem que reveste farol e quadro de instrumentos, ela promete desempenho e agressividade. Abas laterais direcionam o fluxo de ar ao motor, que desloca 471 cm³ e traz refrigeração líquida, além de comporem um belo visual. Assentos em diferentes níveis também completam o conjunto. A CB500 F é uma moto muito bonita "para quem vem de modelos menores".
Na hora de acelerar, a aprovação se ratifica. São 50,4 cv de potência a 8.500 giros, extraídos do confiável bicilíndrico da marca. Com 4,55 kgfm de torque (a 7.000 rpm), a CB500 F revela-se ágil no trânsito urbano. Apesar de não ser muito leve 180 kg , ela ganha essa destreza por ter as primeiras marchas mais curtas.
A "pegada" nas acelerações dá a sensação de uma semiesportiva, o que, sem dúvida, vai empolgar aqueles usuários de motos com motores de 250 ou 300 cm³. Segundo a Honda, a velocidade máxima da CB é de 185 km/h. Nada mau.
Estável nas curvas, em razão de uma suspensão bem calibrada, principalmente na traseira, que, neste caso, conta com pneu 160/60, a CB permite que se incline bastante nos desvios de trajetórias, revelando alguma aptidão para uma pilotagem esportiva.




Motor tem 50,4 cv e torque (força) de 4,55 kgfm
Nas frenagens, a ação é eficiente e, mesmo numa sequência mais ríspida de utilização, ela dificilmente tende ao fading (fadiga do sistema, que prolonga o espaço de frenagem), o que é uma consequência direta dos discos ventilados e tipo "margarida", onde as bordas são "quebradas" para melhor dissipação das altas temperaturas.
A posição de pilotagem mostra-se confortável e favorece até mesmo os motociclistas mais baixinhos, à medida que seu selim está a apenas 785 milímetros do solo. O quadro de instrumentos, inteiramente digital, fornece boa leitura. Mesmo o conta-giros, que tem escala em "arco", não é ruim. Nas viagens mais longas, a CB500 F não cansa o piloto. Da mesma forma, ela é compacta o suficiente para enfrentar o trânsito ao melhor estilo motoboy, cruzando os corredores com agilidade e segurança.
Não há a menor dúvida de que a CB500 F vai agradar àqueles motociclistas ainda sem muito capital para ingressar nas motos de altas cilindradas, pois mantém preços compatíveis à proposta e fornece um ganho considerável de ciclística, desempenho, conforto e visual em relação às pequenas. Uma boa compra, sem dúvida.
Se você é dono de uma moto maior, a aquisição da CB500 F já pode frustrá-lo um pouco. Mas por que alguém que possui uma 750, por exemplo, interessaria-se pela CB? Simples. Além da questão financeira, que obriga uma série de motociclistas (por "n" razões...) e empatar menos dinheiro em uma moto, nota-se, como nos automóveis, um "downsizing" nas cilindradas de motores de motocicletas, que vão se tornando mais eficientes e, por essa razão, ganham a simpatia dos compradores por serem mais leves, ágeis e, claro, baratas. 

Moto angaria simpatia por ser mais leve (e barata) Pra começar, o desempenho gerado pelo motor da CB é frustrante a quem está acostumado a voos maiores. Quem teve (ou já guiou) a antológica CB400 dos anos 80 vai se identificar com este lançamento da Honda. Você exige o acelerador e ela responde com um "pó-pó". Ela acelera... mas com alguma preguiça. A despeito das relações curtas de marchas, que auxiliam nas arrancadas, o torque do 471 cm³ não é suficiente para dar aquele delicioso frio na espinha que é sentido nas motos de maior cilindrada quando você "entorta o cabo"...
Se você estiver carregando garupa, então, e numa situação mais crítica, como uma subida de serra, a falta de fôlego do motor exigirá diversas reduções de marchas. Dá para dizer, neste aspecto, que o desempenho da CB500 F está mais para as baixas cilindradas do que as altas. E como a potência máxima chega a apenas 8.500 rpm, a faixa de utilização é restrita. Isto é: "logo acaba".
Tudo bem, acelerar não é tudo. Vamos olhá-la. Hummm... De cara, a frustração surge na ausência de um freio com duplo disco dianteiro. Você pode até concordar tecnicamente que o desempenho da CB não exigiria dois discos, mas... a falta de um deles sugere que a moto, neste aspecto, tem um desempenho modesto.
Detalhes aparentes de solda no quadro tubular de aço, falta de visualização de qual marcha está engrenada no painel de instrumentos, inversão da posição de setas direcionais e buzina na manopla esquerda e escapamento de CG, possivelmente longo daquele jeito para enquadrá-la na homologação do nível de ruído, são apenas alguns detalhes que vão desagradar quem está acostumado a motos maiores.
No balanço de predicados e defeitos, no entanto, dá pra dizer de forma segura: a CB500 F agrada muito mais do que peca. Certamente despontará como uma nova best-seller da Honda e chamará "pra cima" uma legião de motociclistas que pretende elevar seu investimento e sua diversão. Quanto aos demais, aqueles que já têm motos maiores, melhor esperar novos lançamentos.
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